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quinta-feira, março 04, 2004

Gay Parenting 

Pessoalmente não sou fã do Bloco de Esquerda nem do Miguel Sousa Tavares mas reconheço a importância das questões levantadas pelo Partido. O BE tem consciência que este debate não vai levar à elaboração de uma lei que permita a adopção de crianças por homessexuais mas, pelo menos, já me fez a mim e a algumas outras pessoas ler sobre o assunto.
O simples facto de o ter feito já me sensibiliza mais para a adopção de crianças por homossexuais, tendo lido opiniões a favor e contra...

No que diz respeito aos valores familiares, há muito poucos com os quais realmente me sinta comprometido. O facto de ter um pai e uma mãe às vezes não é tão importante quanto ter um lar estável, atencioso e sempre presente, mesmo que composto por uma avó ou avô, uma tia ou tio, ou mesmo um padrinho ou madrinha...Viver numa instituição de acolhimento é que, evidentemente, não traz felicidade a ninguém.

O processo de adopção é, por si só, um processo demorado e difícil em que os candidatos a adoptar uma criança têm que provar que têm condições psicológicas, financeiras e outras para o fazer...Estou certo que os casais homossexuais teriam também de passar pelas mesmas provas.

Agora. Há uma coisa que realmente me faz pensar...Viver com um casal de homossexuais pode influenciar a criança ou adolescente a experimentar um relacionamento homossexual, da mesma forma que viver com um casal de heterossexuais promove o contrário...
Hoje em dia, a homossexualidade não é um crime, portanto, mesmo que uma criança cresça com influência homossexual e se torne homossexual, isso não pode ser considerado um crime. Afirmação complicada mas que está correcta.

Quer se queira quer não, os homossexuais continuam a ser estigmatizados e segregados, pelo que o aumento do seu número é sempre um problema para muito boa gente neste país...

Enquanto heterossexual, criado por um casal heterossexual, este é um conceito que me causa alguma inquietação mas que não ponho de parte se se fizer um estudo aprofundado e sério, caso a caso. É de lembrar que as famílias dos casais homossexuais não são constituidas apenas por homossexuais e há elementos de géneros sexuais diferentes em cada uma delas. Não estão concerteza a pensar q a criança só vai ter contacto com os "pais" ou "mães".

Definitivamente acho que o assunto do aborto é muito mais grave e demonstra ainda mais o grau de "obscurantismo" de Portugal.

terça-feira, março 02, 2004

Senhor dos Blogs. O Regresso do Renegado. 

Depois de um período de afastamento revigorante, sinto-me em condições de regressar à actividade de bloguista e começar por dizer que há coisas que nunca mudam...Nomeadamente o sentido de humor obsceno de alguns participantes.

No que diz respeito a esse assunto, é a última vez que me vou pronunciar acerca dele citando Arisóteles: «Para os antigos autores cómicos era a obscenidade o que provocava o riso; para os novos, é antes a insinuação, o que constitui um progresso.» E mais não digo.

Revendo as datas dos textos deste blog, entristece-me que Veni Vidi Vicious, Ulissex e Perséfone também se tenham afastado da produção literária que tanto enriquecia este espaço.

Espero que a partir de agora regressem à actividade, partilhando as suas ideias, sonhos e pesadelos.

Acreditem que o renegado chegou para ficar.

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sexta-feira, novembro 21, 2003

Ora, isto é exactamente o que o Blog não precisava... 

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Ao contrário do que tu dizes, as últimas semanas foram as que mais visitantes registaram, o que significa que o Blog não estava a acabar...
A acabar está a minha participação nele porque não quero estar ligado a um Blog em que são necessárias obscenidades para ter piada ou para marcar uma posição...

Vais dizer que é censura e que no fundo o Blog não é Livre, mas para te demonstrar o contrário, passas a ser o administrador do Blog e a fazer dele o que quiseres...

A melhor sorte para ti e para o teu Blog.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Isto é uma história verdadeira... 

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...A história de dois amantes que passaram demasiado tempo afastados um do outro mas que conseguiram, depois de muito sofrimento, encontrar-se.
Esse encontro era desejado por motivos diferentes que a seguir vou relatar...

Ao chegar a data do reencontro, ambos combinaram encontrar-se num sítio que a ambos dizia muito e que supostamente seria o local de partida para uma história em comum. Quando se reviram, a primeira reacção foi aproximarem-se lentamente, com um deles de braços bem abertos para abraçar o outro como sempre o tinha feito...Só que desta vez seria diferente...
Quando se encontraram suficientemente próximos um do outro, o amante que não abrira os braços desferiu um golpe certeiro ao coração do outro, perfurando-o com um punhal...
A lâmina desse punhal era fria, dura e cortante como só o coração daquele que não ama pode ser...
Enquanto o abraço, que entretanto tinham dado, era esvaziado de vida, o agressor manteve os olhos assentes nos olhos do seu amante e parecia não querer perder o último fôlego que se aproximava...
A morte chegou calmamente.


Sou eu o amante moribundo. Morro mas alegro-me por o meu coração nunca vir a ser gelado e deserto como o teu...

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segunda-feira, outubro 27, 2003

Ponto final na "Old School" 

Concordo com a grande maioria das considerações feitas no post anterior, nomeadamente no que diz respeito aos conteúdos programáticos do ISCSP e de várias outras universidades públicas. O facto de ter escrito públicas não é inocente...
Na realidade, as universidades públicas não têm feito, por diversas razões, a actualização exigível aos seus programas. Restrições orçamentais, docentes desmotivados e preguiça estão entre as razões na origem do problema.
As universidades privadas, obrigadas a justificar as pesadas mensalidades, apresentam programas mais aliciantes e actualizados, mesmo que os professores que as leccionam sejam oriundos da velha guarda das universidades públicas...
Tenho a certeza que a maior parte desses docentes, que giram entre o público e o privado, estão bem informados – se não o estão é porque não querem porque têm acesso privilegiado à informação – mas não estão suficientemente motivados para mudar o statu quo das universidades públicas de que fazem parte na famigerada Função Pública portuguesa.
A minha mais recente experiência académica mostrou-me que a melhor forma de preparar os alunos é garantir-lhes conteúdos interessantes e actualizados, professores motivados e com turmas pequenas, mesmo que em salas sem ar condicionado ou cadeiras de cinema...Eu acredito que o melhor investimento é mesmo na actualização dos programas, isto no que diz respeito às Ciências Sociais, uma vez que em Medicina, Química ou Física, o que eles precisam mesmo é de laboratórios e salas de aula com condições.
Não concordo que seja necessário suspender os cursos porque, no fundo, os programas actualizados estão em muitas universidades portuguesas e estrangeiras e não têm direitos de autor, quero com isto dizer que se podem utilizar, e até mesmo melhorar, para o bem dos alunos das universidades públicas...Haja para isso vontade...
Entretanto, espero que o recente aumento das propinas seja bem aplicado e que os alunos das universidades portuguesas saiam a ganhar, todos, sem excepção.

Gostaria também de deixar uma mensagem aos empedernidos docentes oriundos do Antigo Regime: reconheçam que o vosso tempo chegou ao fim (em termos académicos evidentemente) e dêem lugar aos novos, com métodos actualizados e cabeças frescas...

Quanto à doença “clubite” contraída pelo komazek, não deixes que ela te faça perder a clareza de análise. Quatro palavras para ti: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.



quinta-feira, outubro 23, 2003

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A maior parte dos Blogs criados acaba passados três ou quatro meses - a maioria deles deixa de ser actualizado bastante mais cedo - e este parecia estar a levar o mesmo caminho...E porquê? Muito claramente porque temos andado a falar de coisas que não interessam ao diabo (falo por mim...). Que interesse tem a Constituição, as propinas ou o Código do Trabalho? Sobretudo quando é discutido por dois bloguistas que no fundo têm ideias semelhantes? Nada.

Apesar dos mais de 100 visitantes (estatistica relativa ao momento deste post), o "outcome" das nossas discussões reduz-se a zero...
Tenho a certeza que há assuntos bem mais interessantes acerca dos quais falar...Nomeadamente acerca de nós próprios...

Por isso, desta linha em diante, vou escrever para ela (ela sabe quem é):

Vivo com a firme convicção de que a minha vida és tu.
Não sinto nada para além de ti.
Penso em ti todo o dia, todos os dias, sem excepção. Dás sentido à minha vida e a tua companhia é tudo o que eu preciso para me sentir realizado...
É verdade. Há uma mulher que me deixa assim e eu não posso evitá-lo, felizmente...

No entanto, o meu estado de rendição não vai impedir que continue a discutir outros assuntos sempre que me apetecer... O meu Blog é Livre...

segunda-feira, outubro 13, 2003

Portugal gosta de ti...e não te quer ver assim...triste... 

Meu amigo.

Que mal te fez Portugal para tanto o odiares? Privou-te da tua liberdade? Da tua liberdade de expressão, da tua liberdade religiosa ou da tua liberdade sexual? Privou-te de estudar, de trabalhar ou de partir? É evidente que não...Podes não gostar de muita coisa mas alegra-te com as coisas boas que ele te dá...

Tens um ensino superior mau? Porquê? Por causa das propinas elevadas? Sabes tão bem quanto eu que um universitário português não fica atrás de qualquer outro universitário europeu ou americano em termos de conhecimentos. E para que serve a universidade? Não é para adquirir conhecimentos?

O sistema de saúde está¡ sobrelotado de doentes e sofre de escassez de médicos - é verdade -, mas tens maus médicos ou sofres de maus cuidados de saúde? Não. Na verdade, os Médicos portugueses estão entre os melhores do mundo. Para além disso, meu amigo, tens muito poucos hospitais privados e a saúde continua a ser um serviço bastante acessível em termos financeiros.

A Justiça portuguesa é boa, a política portuguesa é que não. Os governos - e mais recentemente os media - tentam imiscuir-se no funcionamento dos tribunais e nos processos de investigação em curso. Sabes - outra vez tão bem ou melhor do que eu - que a opinião pública é hoje um dos mais importantes veículos de poder e que as televisões, jornais e eminentes comentadores se arrogam o direito de fazer doutrina, de julgar e de condenar, sem sequer reconhecer o direito do contraditório aos "arguidos".
Esta ditadura dos media implica reflexão e não uma concordância cega, algo que muitos portugueses não conseguem fazer...Mas repito, a justiça portuguesa é boa e eu confio nela.

Quanto à legislação laboral, ela é endurecida ou amenizada de acordo com a rotatividade democrática. Com a esquerda melhora moderadamente e com a direita piora moderadamente...É e sempre será assim, uma vez que está muito dependente da partidarização sindical e outras questões do género...
Mas, meus amigos, se se comparar a legislação laboral portuguesa com a de outros países capitalistas, facilmente se chega à conclusão que os trabalhadores portugueses continuam a ser privilegiados em muitas áreas. Com efeito, para contornar a rigidez do actual modelo, aumentou o recurso a formas de precarização do emprego, como a generalização de contratos a prazo, de trabalho independente e das subcontratações, a transgressão das normas jurídicas e o aumento do trabalho clandestino.

Porque não aumentar a flexibilidade do Código do Trabalho? Era uma forma de institucionalizar a mobilidade laboral, nomeadamente na Função Pública...Mais uma vez repito: emprego vitalício é um conceito do passado.

não quero parecer neoliberal e capitalista. Os direitos dos trabalhadores não devem ser reduzidos, bem pelo contrário, mas a solução para os seus problemas também não passa por se tornarem "efectivos". Afinal, o que é isso? Passam a fazer parte da mobília? Só saem quando o edifício for abaixo? Mesmo que não façam nada?

E que tal redireccionar os fundos aplicados nesses contratos para novos serviços necessários ao bem estar social. A Função Pública serve os interesses dos portugueses? não é a Função Pública que deve dar o exemplo de "rapidez, eficiência e transparência"? E dá?

Se as empresas privadas seguissem o exemplo da Função Pública o país estava estagnado. E, na minha opinião, não avança tanto quanto pode porque na Função Pública não se pode mexer...

Que medo.

Cheers


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