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segunda-feira, outubro 27, 2003

Ponto final na "Old School" 

Concordo com a grande maioria das considerações feitas no post anterior, nomeadamente no que diz respeito aos conteúdos programáticos do ISCSP e de várias outras universidades públicas. O facto de ter escrito públicas não é inocente...
Na realidade, as universidades públicas não têm feito, por diversas razões, a actualização exigível aos seus programas. Restrições orçamentais, docentes desmotivados e preguiça estão entre as razões na origem do problema.
As universidades privadas, obrigadas a justificar as pesadas mensalidades, apresentam programas mais aliciantes e actualizados, mesmo que os professores que as leccionam sejam oriundos da velha guarda das universidades públicas...
Tenho a certeza que a maior parte desses docentes, que giram entre o público e o privado, estão bem informados – se não o estão é porque não querem porque têm acesso privilegiado à informação – mas não estão suficientemente motivados para mudar o statu quo das universidades públicas de que fazem parte na famigerada Função Pública portuguesa.
A minha mais recente experiência académica mostrou-me que a melhor forma de preparar os alunos é garantir-lhes conteúdos interessantes e actualizados, professores motivados e com turmas pequenas, mesmo que em salas sem ar condicionado ou cadeiras de cinema...Eu acredito que o melhor investimento é mesmo na actualização dos programas, isto no que diz respeito às Ciências Sociais, uma vez que em Medicina, Química ou Física, o que eles precisam mesmo é de laboratórios e salas de aula com condições.
Não concordo que seja necessário suspender os cursos porque, no fundo, os programas actualizados estão em muitas universidades portuguesas e estrangeiras e não têm direitos de autor, quero com isto dizer que se podem utilizar, e até mesmo melhorar, para o bem dos alunos das universidades públicas...Haja para isso vontade...
Entretanto, espero que o recente aumento das propinas seja bem aplicado e que os alunos das universidades portuguesas saiam a ganhar, todos, sem excepção.

Gostaria também de deixar uma mensagem aos empedernidos docentes oriundos do Antigo Regime: reconheçam que o vosso tempo chegou ao fim (em termos académicos evidentemente) e dêem lugar aos novos, com métodos actualizados e cabeças frescas...

Quanto à doença “clubite” contraída pelo komazek, não deixes que ela te faça perder a clareza de análise. Quatro palavras para ti: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.



quinta-feira, outubro 23, 2003

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A maior parte dos Blogs criados acaba passados três ou quatro meses - a maioria deles deixa de ser actualizado bastante mais cedo - e este parecia estar a levar o mesmo caminho...E porquê? Muito claramente porque temos andado a falar de coisas que não interessam ao diabo (falo por mim...). Que interesse tem a Constituição, as propinas ou o Código do Trabalho? Sobretudo quando é discutido por dois bloguistas que no fundo têm ideias semelhantes? Nada.

Apesar dos mais de 100 visitantes (estatistica relativa ao momento deste post), o "outcome" das nossas discussões reduz-se a zero...
Tenho a certeza que há assuntos bem mais interessantes acerca dos quais falar...Nomeadamente acerca de nós próprios...

Por isso, desta linha em diante, vou escrever para ela (ela sabe quem é):

Vivo com a firme convicção de que a minha vida és tu.
Não sinto nada para além de ti.
Penso em ti todo o dia, todos os dias, sem excepção. Dás sentido à minha vida e a tua companhia é tudo o que eu preciso para me sentir realizado...
É verdade. Há uma mulher que me deixa assim e eu não posso evitá-lo, felizmente...

No entanto, o meu estado de rendição não vai impedir que continue a discutir outros assuntos sempre que me apetecer... O meu Blog é Livre...

segunda-feira, outubro 13, 2003

Portugal gosta de ti...e não te quer ver assim...triste... 

Meu amigo.

Que mal te fez Portugal para tanto o odiares? Privou-te da tua liberdade? Da tua liberdade de expressão, da tua liberdade religiosa ou da tua liberdade sexual? Privou-te de estudar, de trabalhar ou de partir? É evidente que não...Podes não gostar de muita coisa mas alegra-te com as coisas boas que ele te dá...

Tens um ensino superior mau? Porquê? Por causa das propinas elevadas? Sabes tão bem quanto eu que um universitário português não fica atrás de qualquer outro universitário europeu ou americano em termos de conhecimentos. E para que serve a universidade? Não é para adquirir conhecimentos?

O sistema de saúde está¡ sobrelotado de doentes e sofre de escassez de médicos - é verdade -, mas tens maus médicos ou sofres de maus cuidados de saúde? Não. Na verdade, os Médicos portugueses estão entre os melhores do mundo. Para além disso, meu amigo, tens muito poucos hospitais privados e a saúde continua a ser um serviço bastante acessível em termos financeiros.

A Justiça portuguesa é boa, a política portuguesa é que não. Os governos - e mais recentemente os media - tentam imiscuir-se no funcionamento dos tribunais e nos processos de investigação em curso. Sabes - outra vez tão bem ou melhor do que eu - que a opinião pública é hoje um dos mais importantes veículos de poder e que as televisões, jornais e eminentes comentadores se arrogam o direito de fazer doutrina, de julgar e de condenar, sem sequer reconhecer o direito do contraditório aos "arguidos".
Esta ditadura dos media implica reflexão e não uma concordância cega, algo que muitos portugueses não conseguem fazer...Mas repito, a justiça portuguesa é boa e eu confio nela.

Quanto à legislação laboral, ela é endurecida ou amenizada de acordo com a rotatividade democrática. Com a esquerda melhora moderadamente e com a direita piora moderadamente...É e sempre será assim, uma vez que está muito dependente da partidarização sindical e outras questões do género...
Mas, meus amigos, se se comparar a legislação laboral portuguesa com a de outros países capitalistas, facilmente se chega à conclusão que os trabalhadores portugueses continuam a ser privilegiados em muitas áreas. Com efeito, para contornar a rigidez do actual modelo, aumentou o recurso a formas de precarização do emprego, como a generalização de contratos a prazo, de trabalho independente e das subcontratações, a transgressão das normas jurídicas e o aumento do trabalho clandestino.

Porque não aumentar a flexibilidade do Código do Trabalho? Era uma forma de institucionalizar a mobilidade laboral, nomeadamente na Função Pública...Mais uma vez repito: emprego vitalício é um conceito do passado.

não quero parecer neoliberal e capitalista. Os direitos dos trabalhadores não devem ser reduzidos, bem pelo contrário, mas a solução para os seus problemas também não passa por se tornarem "efectivos". Afinal, o que é isso? Passam a fazer parte da mobília? Só saem quando o edifício for abaixo? Mesmo que não façam nada?

E que tal redireccionar os fundos aplicados nesses contratos para novos serviços necessários ao bem estar social. A Função Pública serve os interesses dos portugueses? não é a Função Pública que deve dar o exemplo de "rapidez, eficiência e transparência"? E dá?

Se as empresas privadas seguissem o exemplo da Função Pública o país estava estagnado. E, na minha opinião, não avança tanto quanto pode porque na Função Pública não se pode mexer...

Que medo.

Cheers


sábado, outubro 11, 2003

Bicha Solitária e Komazek 

Parece que há em vocês uma amargura que não é nada positiva para pessoas da vossa idade. Se por um lado concordo com a Bicha Solitária, quando ela diz que se deve mudar para melhor e seguir os nossos objectivos com toda a energia, por outro lado não posso concordar com o constante sublinhar de coisas negativas quando o mundo do trabalho não é só exploração...

Concordo que todos deviam ganhar mais, que Portugal está na cauda da Europa em termos salariais e que a vida é difícil para todos, mas as mudanças não se fazem de um dia para o outro...As pessoas têm a ideia de que trabalhar para uma empresa grande é o melhor que pode haver, mas na realidade não é. Com efeito, são as pequenas e médias empresas que empregam mais gente e que pagam os salários mais favoráveis nas "posições não executivas".

Mas são também as pequenas e médias empresas as que suportam a maior carga fiscal...Porquê? O Governo espera que seja o investimento privado a relançar a economia portuguesa. Como? Com burocracias obsoletas e impostos por tudo e por nada? Tenham dó...

É verdade que nesta conjuntura em que nos encontramos quem mais sofre é o trabalhador comum mas o Movimento falado noutros posts não é a solução...A solução passa por continuar a trabalhar mas não a conformar-se com um ordenado de 500€, mantendo "os olhos e os ouvidos abertos" na procura de melhores condições na mesma ou noutra empresa.

A verdadeira resposta passa pela mobilidade profissional, favorecendo o movimento de trabalhadores entre as empresas. Isso do emprego para a vida é um conceito do passado...

Quanto à vil consideração feita por Komazek ao exemplo da Constituição Americana, eu não estava a fazer um exercício de Direito Comparado mas apenas a dar um exemplo da familiaridade que os americanos têm com a sua lei fundamental, diametralmente oposto à dos portuguesas devido ao "excesso legislativo". De qualquer modo, nunca pensei que Komazek fosse um tão feroz constitucionalista.

Cheers


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